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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dica de Leitura I - Persépolis

Introdução
Quando tive o primeiro contato com o livro Persépolis (Satrapi, Marjane. Persépolis, São Paulo: Companhia das letras, 2007), tive uma má impressão inicial. Era um livro de grande volume, composto por uma história em quadrinhos a respeito de uma iraniana. Esta primeira impressão não me motivou. Senti-me obrigado a analisar detidamente o livro, pois foi apresentado por um aluno, que insistia em me perguntar se havia lido. Enfim comprei e me surpreendi. Persepólis possui a linguagem lúdica do quadrinho combinada com uma profundidade muito interessante. Somente quem já leu bastante Persépolis consegue terminar sua leitura sem ficar em dúvida a respeito de alguns termos, bem como entender algumas piadas propostas.



Conteúdo
O livro é uma biografia de Marjane Satrapi, uma iraniana nascida em 1969 e que viveu os anos turbulentos da transição política do Irã que culminou com a Revolução islâmica de 1979. Pôde acompanhar, ainda criança, o Irã do xá Mohamed Reza Pahlevi bem como sua queda, que coincide com a ascensão do aiatolá Khomeini. Ao que pese a pouca referência a Khomeini em si, Persépolis apresenta importantes elementos comparativos da sociedade iraniana no período anterior e posterior a queda do xá. Persépolis apresenta também o contexto político social iraniano durante a guerra Irã x Iraque. Neste contexto, a sociedade iraniana vivia um duplo conflito: a tensão do cotidiano de um país em guerra juntamente com o fortalecimento da ortodoxia religiosa estabelecido pela Teocracia xiita. O livro também quebra alguns paradigmas importantes, como por exemplo a forte associação que comumente é feita entre a sociedade xiita e a ortodoxia religiosa, a medida que, o lar em que Marjane foi criado é um lar politicamente ativo e laico, o que acabou tornando a jovem iraniana como uma grande crítica do regime.

OBS: O livro já foi publicado no Brasil

Indicações para professores: Indico para professores que estejam trabalhando com a Revolução islâmica de 1979; com mudanças sociais a partir das revoluções e com Geografia Regional do Oriente Médio.
Habilidades do Enem presentes na interpretação do livro:

H3 - Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
H4 - Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H7 - Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações
H8 - Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
H11 - Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 - Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 - Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou
rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14 - Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
H21 - Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H24 - Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.

Ou seja, é um livro atual para as demandas do Exame Nacional do Ensino Médio.




2 comentários:

  1. Boa noite Leonardo.
    A ideia de seu blog é ótima.
    Tentarei dar algumas contribuições futuramente.
    Agradeço pelo pelo convite.
    Abraços

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  2. O livro parece ser bem legal mesmo! E apesar dos termos um pouco complicados para quem não conhece sobre a história do Irã, parece ser em geral uma leitura fácil, por ser história em quadrinhos. Vou querer ler nas férias viu? Você tem que terminar até lá!

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